TÍTULO: “A PEQUENA MARISA”
LOCAL: PRAÇA DA CEDAE
REALIZADORES: MARYA PAULA DA COSTA SILVA, LAÍS FERREIRA ANGELO, YASMIN DO PATROCÍNIO DECOTTIGES, BRAYAN DE MELLO CASTILHO, GIULIE TEIXEIRA BARRETO.
TURMA 1601
A pequena Marisa brincava na praça da CEDAE. Uma menina muito criativa, alegre, de 13 anos, cabelos crespos e volumosos, negra e que adora desenhar. Marisa é nascida e criada no bairro Colônia, e mora nos prédios próximos à praça. Por conta disso, sempre costumava ir para brincar e encontrar amigos. Adorava usar o balanço, a gangorra, o escorrega, o trepa-trepa, jogar queimado na quadra…
Num dia, Marisa estava com tempo livre em casa e resolveu se divertir um pouco. Ao andar pela rua foi surpreendida por um carro vindo em sua direção. Quem dirigia o carro era Carlos. Um homem de 45 anos que estava desatento ao volante pois ao mesmo tempo falava no celular.
Um acidente aconteceu! Marisa foi atropelada. Carlos, muito nervoso com o acontecido, correu para prestar socorros.
– Meu Deus, me desculpe! Menina, você está bem? Alguém me ajuda, por favor! Ela está desacordada! Alguém me ajude a chamar a ambulância!
O estado de Marisa era grave! Uma semana foi o tempo que passou internada no hospital, se recuperando do acidente. No último dia o médico chamou seus pais para informar que algo tinha acontecido: Marisa ficou paraplégica. O acidente fraturou uma parte da coluna e a condição era irreversível. A partir daquele momento, a menina se tornaria cadeirante.
Os meses foram passando e ela precisou mudar a maneira com vivia, pois agora era uma pessoa com deficiência. Por conta disso, foi necessária toda uma mudança de rotina em que ela e sua família adaptaram a casa, alguns costumes, os lugares que iam… Porém, algo ainda estava sendo difícil para a jovem menina. Não conseguia mais brincar na praça!
Num dia, ainda irritada e triste com o ocorrido, decidiu mudar essa realidade e começou uma campanha de conscientização das pessoas. Usou duas formas de protesto. Na internet, pelo YouTube e Instagram, começou a fazer fotos, vídeos e textos sobre os brinquedos e como eles não eram acessíveis. Fora da internet, ia distribuindo cartazes e fazendo manifestações na própria praça.
Tal campanha foi ganhando grandes proporções, e Marisa teve o apoio de diversas pessoas nessa luta. Amigos da escola, seus familiares, vizinhos, turistas, vendedores do bairro e até mesmo as pessoas da internet, que nem moravam na mesma cidade mas queriam ajudar de alguma forma. Carlos foi um incentivador dessa ação de Marisa, principalmente por querer contribuir e se responsabilizar por conta do acidente causado pelo seu descuido.
– Qual o plano de Marisa?
A ideia da menina criativa era que fossem construídos mais brinquedos e houvesse uma reforma na praça. Esses novos brinquedos seriam desenvolvidos para serem acessíveis às pessoas com deficiência. O protesto foi tão grande que ela conseguiu chamar a atenção do poder público, principalmente da prefeitura. As obras duraram alguns meses e ao final foi feito um evento de reinauguração. Em homenagem a Marisa, um grupo de artistas que tinham pintado o muro da escola em que estudava, decidiram pintar as casas em frente a praça. Fizeram a imagem de Marisa sentada em sua cadeira de rodas, e escreveram várias frases motivacionais:
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– UM POR TODOS E TODOS POR UM!
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– SER DIFERENTE NÃO É UM PROBLEMA!
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– DIGA NÃO AO PRECONCEITO!
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– FAÇA A DIFERENÇA!
A ação da jovem menina mudou a sua realidade e a de pessoas que estavam ao seu redor. O curioso foi perceber que conforme o tempo passava a praça começou a ser frequentada por um novo público, as pessoas com deficiência. E o contato de todos foi muito importante para construir laços de amizade e integração. Assim, Marisa voltou a brincar e sorrir!
Dedicamos essa história ao nosso amigo Kalyson Jorge!