Episódio 1 – Cabrito

TÍTULO:“JULIANO, O CABRITO”

LOCAL: AVENIDA MARISA LETÍCIA LULA DA SILVA
REALIZADORES: SOPHIA GONZALEZ, JOÃO PAULO BARBOSA DA SILVA, MATHEUS DA SILVA VITAL, GUSTAVO GOMES DE OLIVEIRA JAVARINI E GABRIEL DE SOUZA HOMERO DA SILVA
TURMA 1601

Num curralzinho próximo da Avenida Marisa Letícia Lula da Silva uma cabra deu à luz a um cabritinho. A dona do curral, uma senhora, logo se afeiçoou por ele. Eles eram muito próximos e tinham uma relação especial se comparado aos outros animais do curral. Todos lá eram bem tratados, porém somente Juliano era mimado. Com direito a mamadeira, roupinhas para os dias frios e uma cama muito confortável fora do curral. A senhora produzia leite de cabra e o seu produto era muito elogiado pela qualidade. O cabritinho vivia com a sua dona como se fosse um pet. Tinha comida especial, passeava de coleira e dormia dentro de casa.

Num desses passeios, enquanto pastava num matinho o cabrito Juliano teve um dejavú daqueles…


Vocês sabem o que é um Dejavú? É aquela sensação de já ter vivido uma situação

ou passado em um lugar sem nunca ter ido lá.


O cabrito olhou em volta e sentiu muita tensão. Ali, meses atrás havia sido o cenário

de um tiroteio, uma operação na qual um policial havia falecido.

Juliano, com o pelo arrepiado e os olhos esbugalhados, relembrou toda aquela situação trágica. Ele reconheceu o entorno, o riozinho canalizado, o gramado, as árvores, a barraca de peixaria e os prédios do outro lado da rua. Foi tomado pelas memórias e aí entendeu tudo. Essas imagens, sensações e tensão eram memórias de sua vida passada.

O policial Juliano havia reencarnado no corpo de um cabritinho não muito distante de onde ele havia morrido. Com o passar dos dias essas memórias da vida anterior só aumentaram. Numa tarde, pastando solto fora do curral, o cabrito se viu cercado por uma matilha de cães. Seus companheiros de curral que assistiam pela cerca conseguiram escapar e se juntaram ao redor do cabritinho. Formou-se uma chibarrada!
Chibarrada é o nome que se dá ao coletivo de bodes, cabras e cabritos.

Eles puseram os cães para correr com muitas cabeçadas e chifradas. O estresse da situação fez Juliano acessar mais memórias de sua vida anterior. Na tensão do momento ele correu na direção de uma mata fechada ali próximo. Perdido e assustado, Juliano andou em círculos até que quase pisou num sapo.

Ei, calma aí, campeão! Assim você vai acabar me pisando.

Juliano se assustou com o sapo falante e evitou o acidente, pediu ajuda para sair daquele matagal e teve a saída indicada pelo Sapo. Seguiu a rota mas, no meio do caminho, percebeu uma movimentação estranha debaixo de uma ponte. Escondido, ele viu o bandido que havia o baleado quando ele ainda era gente. Ele havia descoberto o esconderijo dele. Juliano queria vingança!

Percebeu que por ser só um cabrito dificilmente conseguiria atingir o seu objetivo. Como ele faria isso? Cabeçadas não seriam suficientes e ele ainda correria o risco de parar na panela…

Juliano então se lembrou da ação coletiva dos seus companheiros de curral que o salvaram do ataque dos cães. Bolou um plano no qual nem ele nem seus irmãos de curral ficassem em risco. Organizou sua chibarrada e rumou para uma manifestação sobre a ponte acima do esconderijo do bandido. Foi uma confusão! Cerca de 15 cabras, cabritos e bodes berregaram o mais alto que puderam.

Caso vocês não saibam, berregar é o nome do som que esses bichos fazem.

Aquele monte de caprino sobre a ponte berrando sem parar.

O som alto e insuportável chamou a atenção de um monte de gente. O bandido, bem que tentou se manter escondido, mas depois de quase 20 minutos de berreiro, não aguentou e tentou escapar do esconderijo. Em sua fuga foi avistado por Juliano, que junto com seu bando o cercou, impedindo-o de fugir. Policiais, que já estavam de olho na confusão armada na rua, reconheceram o foragido cercado pelos animais e o prenderam.

Enfim a justiça estava sendo feita. Juliano acabou que conseguiu algo muito maior que a vingança que pretendia. Ele, com a ajuda dos seus companheiros de curral, conseguiram fazer justiça. Festa no curral!

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