• 1912

    Desapropriação das terras do Engenho de Fubá e Cana-de-açúcar de Nossa Senhora dos Remédios.

  • 1919

    Início da construção da Colônia de Psicopatas Homens de Jacarepaguá – projeto do psiquiatra Juliano Moreira nas terras do Engenho de Nossa Senhora dos Remédios.

  • 1924

    Inauguração da Colônia de Psicopatas Homens de Jacarepaguá.

  • 1927

    Início do emprego da técnica de convulsoterapia que consistia em induzir convulsões, através de substâncias aplicadas de forma endovenosa. Foram utilizados insulina e cardiazol como indutores de convulsões.

  • 1935

    Mudança do nome da instituição que, devido à morte de seu idealizador, passa a se chamar Colônia Juliano Moreira (CJM) para homenageá-lo.

  • 1936

    Início do procedimento de psicocirurgia no Brasil. Conhecida como Lobotomia – técnica de intervenção cirúrgica no cérebro, com caráter irreversível – tinha como efeito colateral o deficit de inteligência e o embotamento psíquico. Foi utilizada por cerca de vinte anos, em mais de mil pessoas. Com o advento dos psicofármacos, na década de 1950, o emprego da lobotomia foi abolido.

  • 1937

    Invenção da técnica de eletroconvulsoterapia – método de indução de convulsões a partir do uso de uma corrente elétrica que passava pelo cérebro através de eletrodos colocados nas têmporas. Apresentava fácil aplicação, tendo sido ampla e indiscriminadamente usada pelas instituições psiquiátricas e, apesar de suas possibilidades terapêuticas, foi associada ao castigo físico e ao controle disciplinar. Essa técnica só foi abolida na rede pública de saúde brasileira na década de 80. Só é utilizada na atualidade como recurso extremo no tratamento da catatonia e da depressão.

  • 1940

    Ampliação da estrutura física e assistencial da CJM com aumento significativo do número de internos, abrigados pela instituição devido à construção de pavilhões para acolhimento dos pacientes e para a realização da praxisterapia – terapia pelo trabalho – que compreendia a lavoura, a pecuária e a confecção de artefatos de vime e de colchões. O cinema, o rádio (rede de alto-falantes em toda a Colônia), os esportes (futebol, basquete, voleibol, peteca etc.) e as artes aplicadas nas oficinas de praxiterapia, inclusive a pintura, eram utilizados usados como recursos auxiliares.

  • 1944

    Fechamento do Hospício Nacional na Praia Vermelha, com transferência dos pacientes para o Centro Psiquiátrico Nacional no Engenho de Dentro e para a Colônia Juliano Moreira.

  • 1946

    Inauguração da Seção de Terapêutica Ocupacional e Reabilitação (STOR) pela psiquiatra alagoana Nise da Silveira, no Centro Psiquiátrico Nacional, localizado no bairro de Engenho de Dentro.

  • 1955

    Uso da clorpromazina, pela primeira vez no Brasil. Esse medicamento inaugura a categoria dos neurolépticos – grupo de fármacos utilizados para controle das doenças mentais, particularmente as psicoses.

  • 1966

    Parceria com a Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor (FUNABEM) que, por cerca de uma década, resultou no encaminhamento de 307 crianças e adolescentes, com ou sem diagnóstico psiquiátrico, para a internação na CJM. Muitas dessas crianças passaram a vida internadas na instituição.

  • 1974

    Início da diminuição de novas internações na Colônia, em função dos avanços da farmacologia e da expansão do setor privado, através da contratação de leitos nas clínicas e hospitais psiquiátricos conveniados com a União. Esse movimento de migração para o setor privado ficou conhecido como “Indústria da Loucura” por gerar lucro explorando a internação sem se preocupar com a qualidade do atendimento prestado aos seus usuários.

  • 1978

    Criação do Movimento de Trabalhadores em Saúde Mental (MTSM), um grupo de profissionais de saúde que questiona a qualidade do cuidado prestado dentro dos manicômios e busca alternativas para superação da assistência centrada no modelo hospitalar. A mobilização desses trabalhadores desencadeou o movimento da Reforma Psiquiátrica Brasileira.

  • 1980

    Denúncia dos horrores ocorridos na Colônia Juliano Moreira feita pela mídia. A repercussão leva a diversas modificações nos grandes manicômios brasileiros. Na Colônia, elas vão implicar nas seguintes ações: fechamento da CJM para novas internações, abertura das celas fortes e fim dos “miudinhos” – eletrochoques com caráter punitivo, através dos quais os eletrodos eram aplicados sucessivamente em várias partes do corpo para, por meio de choques, provocar apenas percepção dolorosa. Por esse motivo, novos profissionais foram contratados, formando equipes multidisciplinares: médicos, psicólogos, terapeutas ocupacionais; Início do processo de ressocialização dos pacientes de longas internações, com estratégias de reinserção que visam prover a saída dos internos e seu consequente “retorno à sociedade”; Criação do Centro de Reabilitação e Integração Social (CRIS) – espaço destinado a acolher os pacientes que não possuíam mais indicação de internação hospitalar, mas precisavam ser reabilitados para o trabalho a fim de que fossem efetivamente integrados à sociedade; Implementação do “Bolsa Etapa” – programa que oferece remuneração aos pacientes que realizam atividades laborativas dentro ou fora da CJM. São estipulados três diferentes valores que variam de acordo com o grau de ressocialização (etapas) conquistado pelo paciente. A ação visa alterar o quadro de dependência institucional e a relação simbólica que os pacientes mantêm com a CJM.

  • 1982

    Criação do Museu Nise da Silveira na CJM. Inauguração do Hospital Jurandyr Manfredini, destinado a receber novas internações de curta permanência; Criação da Coordenadoria de Educação e Pequisa da Colônia Juliano Moreira – COEP.

  • 1986

    Criação da associação de funcionários da Colônia Juliano Moreira. Começo da luta para ampliar a participação dos funcionários na gestão da instituição.

  • 1987

    Empossamento do primeiro diretor eleito pelos funcionários na Colônia Juliano Moreira: Dr. Cléscio Maria Gouvêia, que incorporou o direito dos funcionários de opinarem pelos rumos da instituição; Realização da I Conferência Nacional de Saúde Mental (CNSM), no Rio de Janeiro, com o lema “Por Uma Sociedade Sem Manicômios”, preconizando a prioridade de investimentos nos serviços extra-hospitalares e multiprofissionais.

  • 1988

    Intervenção militar na CJM. O Ministério da Saúde exonera o diretor e envia um interventor para ocupar seu lugar. Tropas do exército ocupam a instituição e um tanque de guerra é posicionado no portão de entrada da Colônia. Os funcionários resistem à ocupação e, após extensa negociação, o diretor é reconduzido ao cargo.

  • 1989

    Apresentação, ao Congresso Nacional, do Projeto de Lei n. 3.657/89 – Lei da Saúde Mental – do deputado Paulo Delgado, que propõe a regulamentação dos direitos da pessoa com transtornos mentais e a extinção progressiva dos manicômios no país.

  • 1991

    Início da primeira turma de residência médica em psiquiatria da CJM.

  • 1992

    Criação da Associação dos Parentes e Amigos dos Pacientes da Colônia Juliano Moreira (Apacojum).

  • 1995

    Municipalização das terras da CJM que passa a se chamar Instituto Municipal de Assistência à Saúde Juliano Moreira (IMASJM); Criação do primeiro Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), na cidade – Caps Rubens Correa, em Irajá. Modelo de atendimento comunitário territorial de cuidado em saúde mental substitutivo ao modelo de atendimento hospitalar.

  • 1997

    Início do programa “Lares de Acolhimento” – remodelação dos Núcleos do IMASJM que tem como objetivo transformar estrutura dos pavilhões em lares, para preservar a individualidade e a intimidade de seus usuários.

  • 1998

    Criação do Caps Bispo do Rosário, no IMASJM.

  • 2000

    Início do Programa Residencial Terapêutico (PRT) do IMASJM, marcado pela saída do primeiro grupo de oito pacientes da instituição que foram em uma casa na comunidade; Mudança do nome do Museu Nise da Silveira para Museu Bispo do Rosário. Criação da primeira turma de residência multiprofissional em saúde mental no IMASJM.

  • 2001

    Criação do “Clube de Lazer” – programa de lazer assistido para os usuários de saúde mental do IMASJM; Aprovação da Lei 10.216, em abril de 2001, que regulamenta a rede de atenção psicossocial, em detrimento do modelo hospitalocêntrico, e consolida a Reforma Psiquiátrica como política oficial do Governo Federal, ocasionando a redução progressiva dos leitos psiquiátricos existentes.

  • 2002

    Adição de Arte Contemporânea ao nome do museu.

  • 2003

    Instituição da Lei nº 10.708, de 31 de julho, que cria o auxílio-reabilitação psicossocial para pacientes acometidos de transtornos mentais egressos de internações. Foi batizado de auxílio “De Volta Para Casa, sob coordenação do Ministério da Saúde.

  • 2009

    Início do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) nas terras da Colônia.

  • 2011

    Ampliação do projeto Clube de Lazer do IMAS que passa a se chamar Centro de Convivência Pedra Branca.

  • 2012

    Inauguração do condomínio Stela do Patrocínio, fruto da parceria com o Programa de Aceleração do Crescimento que recebe 80 pacientes provenientes dos antigos núcleos da CJM.

  • 2013

    Inauguração do Centro de Atenção Psicossocial para tratamento de usuários com transtornos em decorrência do uso de álcool, crack e outras drogas. O CAPSad Antonio Carlos Mussum é a primeira unidade de acolhimento adulto (UAA) para abrigar dependentes químicos no IMAS; Início da nova gestão no Museu Bispo do Rosário Arte Contemporânea com a missão de se relacionar com seu entorno e se apresentar como um dispositivo cultural potente para a Zona Oeste e para a integração da cidade.

  • 2015

    Criação do Polo Experimental de Convivência, Educação e Cultura – espaço que reúne todas as atividades culturais e de geração de renda do IMASJM: a Escola Livre de Artes – ELA, o Atelier Gaia, a Residência Artística – Casa B, o Programa de Lazer Pedra Branca e o Programa de Geração de Renda Arte Horta &Cia; Implementação do Circuito Cultural Colônia no Museu Bispo do Rosário Arte Contemporânea que, a partir do conceito de Museu Expandido, incorpora os elementos arquitetônicos, históricos e culturais que compõem o território da Colônia Juliano Moreira como espaços de visitação, reconhecimento e valorização da memória social deste lugar.

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