TÍTULO:“A MANSÃO ASSOMBRADA”
LOCAL: PRAÇA E MANSÃO; NÚCLEO RODRIGUES CALDAS.
REALIZADORES: LUIZ MIGUEL GOMES DE AZEVEDO, PAULO VICTOR SILVA DE OLIVEIRA, ADRIANO MATIAS ROMERO CURD, LORRAN PHELIPE GOULART, RYAN LUCAS CORREA BRITO.
TURMA 1501
Viemos contar uma história muito antiga e assustadora, daquelas que perturbam o sono da gente e nos faz ver vultos quando estamos num ambiente mal iluminado…
Num passado remoto, um menino que morava aqui pertinho, de 11 pra 12 anos, foi ao mercadinho a pedido de sua mãe para comprar legumes para o jantar. A distância até o estabelecimento era razoável e normalmente levava de 15 a 20 minutos para ir e voltar. Nesse dia, por um motivo que não sabemos, o menino demorou mais que o habitual. Retornando, já próximo ao seu destino, ele avistou fumaça e correu na direção de sua casa. Ele chegou tarde demais! As chamas destruíram tudo!
O menino e sua família precisaram se mudar, pois a casa teve a estrutura comprometida ao pegar fogo. Viveram longe dela e até ele completar a maioridade.
Anos mais tarde, agora um homem adulto, voltou para a casa onde ocorreu a tragédia do incêndio. Ela estava em ruínas e o espaço do entorno abandonado. Ele empurrou a porta para ver como estava por dentro. Caminhando pelos cômodos, viu na parede do fundo de um quarto o retrato dele quando criança, junto de sua mãe e irmão, amarelado pelo tempo e um pouco queimado pelas chamas.
O homem passou a fazer do espaço um santuário em memória aos bons tempos que viveu ali, frequentando rotineiramente a velha casa. Cuidava de alguns itens que sobraram, limpava os móveis e podava o jardim, embora a estrutura ainda estivesse muito danificada e não permitisse que alguém pudesse morar nela. Pouco a pouco, ele foi percebendo que, por mais que ele limpasse, cada vez que retornava à casa, ela estava com lixo espalhado e mais itens quebrados.
Um dia, enquanto ele estava recolhido em um pequeno cômodo ouviu barulho de gente entrando no jardim. Sons de jovens, garrafas e gritaria. Pelo visto estavam fazendo uma festa. Escondido no quarto, ele ouve o relato de um dos adolescentes:
– Pelo visto, na resenha dessa semana vai brotar muita gente! Já vamos divulgar a da semana que vem pro pessoal ficar esperto.
O homem, que até esse momento desconhecia o motivo da casa estar sempre tão suja, percebeu que a causa eram essas festas que aconteciam nas ruínas de seu santuário pessoal. Foi tomado por muita raiva e decidiu bolar um plano para assustar os adolescentes que estavam no jardim.
Se enrolou num pedaço de uma cortina antiga e começou a bater todas as portas da casa. Saía correndo e fazendo um barulho assustador de gritos. Pisava forte na madeira do assoalho para fingir que a casa tinha vida própria. Subiu no telhado e começou a jogar as telhas, para que caíssem no jardim e espantasse o pessoal.
Os jovens saíram correndo muito assustados com o ocorrido. Acharam que a casa era mal assombrada por um fantasma guardião que ficava assustando a todos que queriam entrar no espaço. Não viram direito como era esse fantasma, mas sabiam que tinha uma grande capa branca manchada de fuligem. Os vizinhos disseram que era uma pessoa que morreu no antigo incêndio e sua alma penada ficava rondando a mansão.
Essa história aconteceu há muito tempo, mas, até hoje, a população do entorno da antiga ruína costuma contar a tragédia daquele lugar. O protetor da casa aproveitou tudo isso para garantir que ninguém mais pisasse lá. Não se sabe o que aconteceu com ele desde então. Quem por ali passa, geralmente apressa o passo, muda de calçada ou pelo menos faz um sinal da cruz. O que as pessoas não sabem é que nunca existiu fantasma algum. Era apenas o antigo morador cuidando de seu próprio santuário de memórias.
Mas e hoje? Será que não tem fantasma mesmo?
